Os resíduos eletroeletrônicos, como computadores, celulares, TVs, entre outros, estão se tornando cada vez mais presentes em nosso dia a dia. Esses equipamentos, mesmo quando não funcionam mais, ainda têm um valor importante para nossa sociedade, pois contêm materiais importantes que precisam ser recuperados, como metais e plásticos. Porém, dentre estes componentes, existem também algumas substâncias tóxicas, como chumbo e mercúrio, que podem causar danos ao meio ambiente e à saúde humana se não forem tratados de forma adequada.
Por isso, é fundamental que os eletrônicos sejam reciclados de forma responsável e sustentável, garantindo a destinação ambientalmente correta de todos os resíduos gerados a partir de sua desmontagem. E, para isso, é preciso adotar medidas rigorosas de controle da rastreabilidade ao longo de toda a cadeia da reciclagem, que permitam o monitoramento e o registro do fluxo dos materiais desde a sua origem até a destinação final.
Neste artigo, abordaremos como deve ser feito o controle da rastreabilidade na reciclagem de resíduos dos eletroeletrônicos, as principais medidas adotadas nesse processo e a importância da emissão de documentos como o MTR e o CDF para garantir a destinação adequada dos materiais.
A primeira etapa da rastreabilidade da reciclagem de resíduos dos eletroeletrônicos é a coleta e o transporte dos aparelhos descartados. Essa etapa é realizada por empresas especializadas, como a GM&C, que possui veículos identificados e monitorados para transportar esses equipamentos até as instalações onde serão desmontados/processados.
Nessa etapa, é fundamental que sejam registradas as informações sobre a origem dos materiais, incluindo dados sobre a empresa geradora dos resíduos, a quantidade coletada e a localização da coleta. Essas informações são importantes para garantir a rastreabilidade dos materiais durante o transporte e para permitir que os clientes possam verificar se o transporte está sendo feito de forma correta e responsável.
Na etapa seguinte, os resíduos são separados de acordo com o tipo de material que predomina em sua composição, como plástico, metal, vidro, entre outros. Essa triagem permite que os equipamentos sejam processados de forma mais eficiente e que os componentes perigosos sejam removidos para que sejam tratados de forma adequada.
Durante o processo de triagem, também é importante registrar a quantidade de cada componente e o seu destino, para garantir a rastreabilidade dos materiais e a comprovação da destinação adequada.
Após a triagem, os equipamentos são desmontados (ou processados/triturados em máquinas) e os diferentes materiais são separados para serem encaminhados para o tratamento e destinação final. Esse processo é importante para valorizar os resíduos permitindo a recuperação de vários materiais necessários para a indústria produzir novos produtos.
Na etapa de tratamento, os materiais, já separados, são então encaminhados para as indústrias recicladoras, especializadas em transformar os resíduos em matéria prima novamente. Esta é uma das questões que tornam a reciclagem dos eletrônicos mais complexa, o fato de um único aparelho resultar na destinação de dezenas de resíduos diferentes, o que demanda o controle não só da empresa responsável pela manufatura reversa dos equipamentos, mas sim de diversos recicladores que recebem cada um dos resíduos após a desmontagem.
É fundamental que todas as etapas deste processo sejam registradas, incluindo informações sobre os processos realizados e os produtos finais gerados. Esses registros são importantes para a rastreabilidade dos materiais e para garantir que todo o processo de reciclagem seja feito de forma correta, segura e sustentável.
A rastreabilidade na reciclagem de resíduos eletroeletrônicos é fundamental para garantir a destinação adequada dos materiais, evitar danos ao meio ambiente e à saúde humana, e contribuir para a preservação dos recursos naturais.
A emissão de documentos como o MTR e o CDF, aliada às normas técnicas e à legislação vigente, garante a transparência e a responsabilidade na cadeia de reciclagem, promovendo a sustentabilidade e a economia circular.
Na segunda parte deste artigo, aprofundaremos ainda mais o entendimento sobre a emissão de documentos como o MTR e CDF, apresentando detalhadamente a legislação vigente envolvida nesse processo.