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O Greenwashing e a Reciclagem de Eletrônicos: a avaliação da cadeia completa de fornecedores é fundamental

O Greenwashing é a prática desonesta adotada por algumas empresas para que sejam promovidas como ambientalmente responsáveis, mesmo que padrões ambientais rigorosos não sejam atendidos por suas ações e produtos.

Essa estratégia, que combina as palavras “verde” e “lavagem”, visa a ocultação ou dissimulação de práticas prejudiciais ao meio ambiente por meio de marketing enganoso, criando, assim, uma falsa imagem de ecologicamente corretas.

Campanhas publicitárias, rótulos ou declarações são frequentemente dedicados por essas empresas que dão a impressão de que suas atividades são ecologicamente corretas, embora a realidade não corresponda a isso.

O uso de palavras como “natural,” “sustentável” ou “verde” é feito sem que haja qualquer comprovação ou transparência sobre suas ações ambientais.

Exemplos de Greenwashing na Reciclagem de Eletrônicos

Empresas “recicladoras” de eletroeletrônicos que não realizam a reciclagem.

A cadeia de reciclagem de eletrônicos é mais complexa do que a reciclagem convencional de embalagens, uma vez que esses eletrônicos possuem diferentes tipos de materiais em sua composição, o que impede que sejam destinados diretamente para a reciclagem.

Nesta cadeia, empresas de manufatura reversa têm um papel fundamental, sendo responsáveis pela realização da triagem, processamento e separação dos diversos materiais que compõem os eletrônicos, garantindo, assim, a destinação ambientalmente adequada de todos os resíduos, principalmente os perigosos e contaminantes.

Apesar de não serem as empresas de manufatura reversa as executoras da reciclagem de eletrônicos, elas são encarregadas de gerar evidências que assegurem que todos os resíduos gerados em seus processos tenham sido devidamente destinados.

Não é incomum que, em vários casos, empresas que se apresentam como “recicladoras” de eletroeletrônicos não realizem a destinação de todos os resíduos, concentrando-se apenas nos componentes e materiais com valor positivo de mercado, enquanto os demais resíduos, que representam custos para a destinação adequada, são dispostos de forma irregular e, em alguns casos, ilegal.

Em outras situações, esses supostos “recicladores” oferecem a compra dos resíduos e sucatas eletrônicas das empresas, prometendo reciclar esses materiais, mas, na prática, acabam vendendo os equipamentos como produtos usados ou suas partes e peças para mercados secundários informais.

 

Empresas que reportam terem reciclado sem comprovação

Há empresas que encaminham os eletroeletrônicos para a reciclagem, mas não realizam o acompanhamento da cadeia completa e contentam-se apenas com o certificado da empresa de manufatura reversa.

Vale ressaltar que a cadeia de reciclagem de eletrônicos é mais complexa e requer a comprovação do Certificado de Destinação Final – CDF, emitido pelos recicladores dos resíduos, não pela empresa que realiza a desmontagem dos equipamentos, para garantir que todos os resíduos tenham sido reciclados devidamente, ou mesmo se foram reciclados, mas com relatórios que informam isso sem garantias de que a destinação tenha sido adequada.

 

Empresas que fazem leilão para vender sucata eletrônica

A opção por fazer leilões de seus equipamentos obsoletos, buscando obter alguma receita com a venda desses materiais, é feita por várias empresas e até órgãos públicos, que ainda reportam terem realizado a destinação final adequada.

Essa atividade acarreta diversos riscos para as empresas, pois ao priorizarem o lucro a curto prazo, podem estar sujeitas a grandes riscos, como a divulgação de informações sigilosas da empresa ou clientes, ou o vínculo de suas marcas (placas de patrimônio) a práticas ilícitas. 

Ao venderem seus eletroeletrônicos a qualquer empresa, sem o devido controle do processo de reciclagem, o comprador do lote de produtos tem total liberdade para utilizá-los como quiser, inclusive para fabricar máquinas de caça-níquel ou utilizar cargas roubadas de equipamentos novos.

 

Consequências do Greenwashing na Reciclagem de Eletrônicos

O greenwashing é problemático por diversas razões:

Engana o consumidor: Levando-os a gastar dinheiro em produtos que não são tão ambientalmente corretos quanto afirmam ser, prejudicando as escolhas conscientes dos consumidores.

Coloca a marca em risco: Ao contratar fornecedores que praticam o greenwashing, já que, ao serem descobertas, a empresa contratante também é implicada.

Reduz a pressão por mudanças reais: Permitindo que empresas evitem críticas e pressões para melhorar suas práticas ambientais ao se esconderem sob um verniz de sustentabilidade.

Gera concorrência desleal para empresas éticas: Que investem em práticas sustentáveis de forma genuína e, consequentemente, aumentam seus custos.

Desvaloriza o conceito de sustentabilidade: Ao minar a credibilidade das afirmações legítimas de sustentabilidade, prejudicando os esforços reais de proteção ambiental.

O papel dos consumidores e órgãos de fiscalização é fundamental para punir e boicotar as empresas que praticam o greenwashing, ao mesmo tempo em que incentivam e favorecem as empresas éticas que buscam a sustentabilidade.

 

Controle da Cadeia de Fornecedores

O controle da cadeia de fornecedores é considerado uma prática essencial para garantir a transparência da responsabilidade ambiental e social de uma empresa. 

Este controle eficiente e rigoroso é visto como um antídoto ao Greenwashing.

Ao controlar a cadeia de fornecedores, uma empresa pode:

Garantir práticas sustentáveis: Monitorando se os fornecedores cumprem as normas ambientais e sociais adequadas em suas operações.

Reduzir riscos: Associados a fornecedores problemáticos, tais como práticas trabalhistas injustas, desmatamento, poluição, entre outros.

Cumprir regulamentações: Que exigem que empresas sejam responsáveis por suas cadeias de fornecedores, e o não cumprimento dessas normas pode acarretar consequências legais e danos à reputação.

Reforçar a reputação da marca: Que  demonstra o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a responsabilidade social, melhorando sua imagem perante os clientes e investidores.

As consequências do greenwashing na reciclagem de eletrônicos são significativas. 

Quando as empresas fazem alegações enganosas sobre seus esforços sustentáveis na gestão de resíduos eletrônicos, isso pode levar os consumidores a acreditar que estão apoiando uma causa ambiental quando, na realidade, estão contribuindo para a poluição e o desperdício.

Isso cria uma falsa sensação de segurança na reciclagem de eletrônicos e mina a confiança dos consumidores nos processos de reciclagem legítimos. 

Como resultado, a falta de transparência na cadeia de fornecedores pode perpetuar o descarte inadequado de produtos eletrônicos, prejudicando ainda mais o meio ambiente e dificultando a transição para práticas de reciclagem genuinamente sustentáveis.

 

Conclusão

O greenwashing na cadeia de reciclagem de eletrônicos representa um sério desafio para os consumidores e para o meio ambiente.

Empresas que se aproveitam da sustentabilidade como um mero artifício para melhorar sua imagem precisam ser identificadas e responsabilizadas.

Ao estarmos atentos e bem-informados, podemos fazer escolhas mais conscientes e contribuir para uma cadeia de reciclagem de eletrônicos verdadeiramente sustentável.

O controle da cadeia de fornecedores, a transparência nas práticas das empresas e a reciclagem de eletrônicos rastreável são fundamentais para proteger o meio ambiente, evitar sanções legais e preservar a reputação do mercado.

Muitas empresas que buscam implementar programas de reciclagem de eletrônicos verdadeiramente comprovados têm utilizado o serviço de logística reversa da GM&C como uma grande estratégia em seu planejamento de negócios. 

Isso agrega valor à imagem dessas empresas perante a sociedade, devido à sua preocupação em oferecer um benefício maior ao meio ambiente. 

Além disso, essas empresas exploram novas oportunidades de negócios e desfrutam dos benefícios financeiros gerados em suas comunidades.

 

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